Accueil > Presse > [Critique] “É tudo verdade’ nos brinda com um panorama amplo e diverso do (...)

[Critique] “É tudo verdade’ nos brinda com um panorama amplo e diverso do documentário mundial (ParlamentoPB)

samedi 9 avril 2022, par La cavale

Particularmente, fiquei tocado com a história real de duas jovens enamoradas que se separam, por força das circunstâncias, na França dos anos 1920. Além do comovente drama da jovem Marcelle (16 anos), internada com tuberculose num sanatório e saudosa da sua companheira Emma (17), o documentário esbanja criatividade a partir da carência de imagens fotográficas (e em movimento) das personagens (apenas poucas fotografias deixadas por elas) lançando mão para a sua narrativa de cartas escritas por Marcelle para Emma ilustradas por filmes caseiros da época. O filme em questão é ‘Ultravioleta e a gangue de cuspidoras de sangue’ do diretor francês Robin Hunzinger.

Hunzinger recebeu de sua avó Emma as cartas escritas por Marcelle que estavam sob a sua guarda e revelavam a história de amor entre elas. Emma e Marcelle se conheceram em 1923 numa escola para professores em Dijon e se apaixonaram. Emma parte para se dedicar aos estudos e, dois anos mais tarde, Marcelle contrai tuberculose e se interna num sanatório. É lá que Marcelle conhece outras garotas enfermas (as “cuspidoras de sangue” do título) e onde vai vivenciar a dor da morte, sem deixar de escrever suas cartas de amor a Emma. É impressionante a quantidade de filmes utilizados pelo documentário de Hunzinger que se encaixam perfeitamente com o conteúdo das cartas de Marcelle. Comovente e criativo.

Bertrand Lira